RAPSÓDIA Nº 11



Pois eu tenho um verde gaio que nunca tentou voar
Esteve preso na gaiola só vendo a gente passar
Mas um dia tive pena, ele quase foi embora
Diga lá Maria Rita onde é que o ponho agora

Ponha aqui no meu colinho que ele não há-de escapar
Também tenho um passarinho que ainda não sabe voar
Ponha aqui no meu colinho que ele não há-de escapar
Também tenho um passarinho que ainda não sabe voar

Verde gaio, verde gaio, agora nem quer sair
Pois do colo a Maria Rita já não o deixa fugir
Com o verde gaio ao colo ò Maria tem cuidado
Pois não vês que o passarinho já está mal acostumado

Ponha aqui no meu colinho que ele não há-de escapar
Também tenho um passarinho que ainda não sabe voar
Ponha aqui no meu colinho que ele não há-de escapar
Também tenho um passarinho que ainda não sabe voar

Ó trabalho vai-te embora, vai lá ter com quem te quer
Vai ter com quem por ti chora e deixa quem não te quer
O tempo sempre se passa lá no café do Clemente
Lá nunca falta cachaça e passo a vida contente

Eh lá trabalho vai-te embora, vai lá e deixa-me em paz
Vai lá ter com outro agora porque eu sou um bom rapaz
Eh lá trabalho vai-te embora, vai lá e deixa-me em paz
Vai lá ter com outro agora porque eu sou um bom rapaz
Porque eu sou um bom rapaz

Bairro alto aos seus amores tão delicados
Quis um dia dar nas vistas
E saiu com os trovadores mais o fado
P’ra fazer suas conquistas

Tangem as liras singelas, Lisboa abriu as janelas
E acordou em sobressalto
Gritaram bairros à toa, silêncio velha Lisboa
Vai cantar o Bairro Alto

Trovas antigas ai, saudade louca
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras, em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Trovas antigas ai, saudade louca
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras, em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Por isso é que mereceu fama de boémio
Por seu condão fatalista
Atiraram-lhe com lama como prémio
Por ser nobre e ser fadista
Hoje saudoso e velhinho, recordando com carinho
Seus amores, suas paixões
P’ra cumprir a sina sua ainda veio p’ró meio da rua
Cantar as suas canções

Trovas antigas ai, saudade louca
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras, em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Trovas antigas ai, saudade louca
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras, em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Comment ça va
Come si, come si, come si, come ça
Tu ne comprends rien l’amour
Reste la nuit reste toujour

Comment ça va
Come si, come si, come si, come ça
Tu ne comprends rien l’amour
Reste la nuit reste toujour

Comment ça va
Come si, come si, come si, come ça
Tu ne comprends rien l’amour
Reste la nuit reste toujour

Comment ça va
Come si, come si, come si, come ça
Tu ne comprends rien l’amour
Reste la nuit reste toujour
Ó meu amor dá-me a tua mão
Que eu dou-te em troca o meu coração
Dá-me um beijinho e verás depois
Que o nosso amor é só p’ra nós dois

Ó meu amor dá-me a tua mão
Que eu dou-te em troca o meu coração
Dá-me um beijinho e verás depois
Que o nosso amor é só p’ra nós dois

Há muito muito tempo, ainda na escola, eu te conheci
Embora criança tinha uma esperança, gostava de ti

Quando caminhavas nas voltas caseiras
E quando passavas a sorrir p’ra mim
Muito apaixonado, falar não podia
Mas o pensamento dizia assim

Ó meu amor dá-me a tua mão
Que eu dou-te em troca o meu coração
Dá-me um beijinho e verás depois
Que o nosso amor é só p’ra nós dois

Ó meu amor dá-me a tua mão
Que eu dou-te em troca o meu coração
Dá-me um beijinho e verás depois
Que o nosso amor é só p’ra nós dois

Como o tempo passa e tu já crescida e o mesmo sorriso
Que tens no teu rosto, isto é que me faz perder o juízo

Um dia qualquer vou ter a coragem
De bater-te à porta com muita razão
Falar com teu pai, tua mão pedir
E cantar de novo esta canção

Ó meu amor dá-me a tua mão
Que eu dou-te em troca o meu coração
Dá-me um beijinho e verás depois
Que o nosso amor é só p’ra nós dois

Ó meu amor dá-me a tua mão
Que eu dou-te em troca o meu coração
Dá-me um beijinho e verás depois
Que o nosso amor é só p’ra nós dois

Muito boa noite senhoras e senhores
Lá na minha terra há bons cantadores
Há bons cantadores boas cantadeiras
Choram às casadas, cantam às solteiras
Cantam às solteiras cantigas de amor
Muito boa noite senhoras e senhores

Fadinho serrano, és tão a meu gosto
Fadinho catita sempre bem disposto
Sempre bem disposto seja tarde ou cedo
P’ra sermos amigos é o teu segredo
E o teu segredo servir ao desgosto
Fadinho serrano, és tão a meu gosto

Rapariga conheço bem a tua ronha
Há falinhas mansas que escondem peçonha
Que escondem peçonha fazem prejuízo
Pede ao Sto António que te dê juízo
Que te dê juízo, cara sem vergonha
Rapariga conheço bem a tua ronha

Confiar nas mulheres é crer no diabo
São todas iguais ao fim e ao cabo